terça-feira, 29 de setembro de 2009

Eu Posso Fazer Mais que Isso!

A mãe, com apenas 26 anos, parou ao lado do leito de seu filhinho de 6 anos, que estava morrendo de leucemia. Embora o coração dela estive pleno de tristeza e angústia, ela também tinha um forte sentimento de determinação. Como qualquer outra mãe, ela gostaria que seu filho crescessee realizasse seus sonhos. Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal. Mas, mesmo assim, ela ainda queria que o sonho de seu filho se transformasse realidade. Ela tomou a mão de seu filho e perguntou: "Billy, você alguma vez já pensou o que você gostaria de ser quando crescer? Você já sonhou o que gostaria de fazer com sua vida?" "Mamãe, eu sempre quis ser um bombeiro quando eu crescer. " A mãe sorriu e disse: " Vamos ver se podemos transformar esse sonho em realidade." Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de bombeiros local, na cidade de Phoenix, Arizona, onde se encontrou com um bombeiro de enorme coração, chamado Bob. Ela explicou a situação de seu filho, seu último desejo e perguntou se seria possível dar ao seu filhinho de seis anos uma volta no carro dos bombeiros em torno do quarteirão. O bombeiro Bob disse: "Veja, NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã, na próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro honorário por todo o dia. Ele poderá vir para o quartel, comer conosco, sair para atender as chamadas de incêndio!" "E se você nos der as medidas dele, nós conseguiremos um uniforme verdadeiro para ele, com chapéu, com o emblema de nosso batalhão, um casaco amarelo igual ao que vestimos e botas também. Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade e conseguiremos eles rapidamente." Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto, vestiu-o em seu uniforme de bombeiro e escoltou-o do leito do hospital até o caminhão dos bombeiros. Billy ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi levado até o quartel central. Ele estava no céu. Ocorreram três chamados naquele dia na cidade de Phoenix e Billy acompanhou todos os três. Em cada chamada ele foi em veículos diferentes: no caminhão tanque, na van dos paramédicos e até no carro especial do chefe do corpo de bombeiros. Ele também foi filmado pelo programa de televisão local. Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que foram dispensadas a ele acabaram por tocar Billy, tão profundamente que ele viveu três meses mais que todos os médicos haviam previsto. Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a enfermeira-chefe, que acreditava no conceito de que ninguém deveria morrer sozinho, começou a chamar ao hospital toda afamília. Então, ela lembrou do dia que Billy tinha passado como um bombeiro, e ligou para o chefe e perguntou se seria possível enviar algum bombeiro para o hospital naquele momento de passagem, para ficar com Billy. O chefe dos bombeiros respondeu: "NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Nós estaremos aí em cinco minutos. E faça-me um favor? Quando você ouvir as sirenes e ver as luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um incêndio. É apenas o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus mais distintos integrantes. E você poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado!" Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada Magirus chegaram no hospital, estenderam a escada até o andar onde estava o garoto e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy. Com a permissão da mãe, eles o abraçaram e seguraram e falaram para ele o quanto eles o amavam. Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou: "Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?" "Billy, você é um dos melhores"- disse o chefe. Com estas palavras, Billy sorriu e fechou seus olhos pela última vez. E você, diante do pedido de seus amigos, filhos e parentes, tem respondido
"EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO!"Reflita se sua vida tem sido em serviço ao próximo, e tome uma decisão hoje mesmo

De coração

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar,pois o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio d alegria:
- "Veja o que encontrei".
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz. Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:
- "O cheiro é ótimo, e é bonita também.... Por isso a peguei; ei-la, é sua." A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrante como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá. Então me estendi para pegá-la e respondi:
- O que eu precisava.
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos. Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.
- "De nada", ele sorriu. E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.
E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu. E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Visita Inesperada

Ruth, olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta. Pegou-a e olhou antes de abri-la, mas logo a olhou com mais cuidado. Não havia selo nem marcas do correio, somente seu nome e endereço. Lendo a carta: "Querida Ruth, Estarei próximo de sua casa no sábado à tarde e passarei para visitar-te. Com amor, Jesus." Suas mãos tremiam quando colocou a carta sobre a mesa. "Porque o Senhor vai querer visitar-me? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer-lhe..." Pensando nisso, Ruth recordou o vazio reinante nas estantes de sua cozinha. "Ai, não! não tenho nada para oferecer-lhe! Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar." Buscou a carteira esvaziou o conteúdo sobre a mesa: US 5,40. "Bom, comprarei pão e alguma outra coisa, pelo menos." Colocou um abrigo e se apressou em sair. Um pão francês, um pouco de peru e uma caixa de leite... Ruth ficou somente com US 0,12 que lhe deveriam durar até na segunda-feira. Mesmo assim, se sentiu bem, saiu a caminho de casa com sua humilde compra debaixo do braço. - Olá, senhora! pode nos ajudar? Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor. Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos. - Olhe, senhora, não tenho emprego, e minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua está fazendo frio e estamos sentindo fome, e se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos muito agradecidos... Ruth olhou para eles com mais cuidado. Estavam sujos e tinham mal odor e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam conseguir algum emprego se realmente quisessem. - Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre. Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas tenho um hospede importante para esta noite e planejava servir isso à Ele. - Sim, senhora, entendo. De qualquer maneira, obrigado. O homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher e se dirigiram para a saída. À medida que os via saindo, Ruth sentiu um pulsar familiar em seu coração. - Senhor, espere! O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua. - Olhe, quer aceitar este lanche? Conseguirei algo para servir ao meu convidado. E estendeu a mão com o pacote contendo o lanche. - Obrigado senhora, muito obrigado. - Obrigada, disse a mulher e Ruth pode perceber que ela estava tremendo de frio. - Sabem, tenho outro casaco em minha casa, tome este. Ruth desabotoou seu caso e o colocou sobre os ombros da mulher e sorrindo voltou a caminho de casa... sem seu casaco e sem nada para servir ao seu convidado. - Obrigado senhora, muito obrigado. Ruth estava tremendo de frio quando chegou na porta. Agora não tinha nada para oferecer ao Senhor. Procurou a chave rapidamente na bolsa enquanto notou outra carta na caixa de correio. "Que raro, o carteiro nunca vem duas vezes em um dia." Pegou a carta e abriu-a: "Querida Ruth, Foi bom vê-la novamente. Obrigado pelo delicioso lanche e obrigado também pelo esplêndido casaco. Com amor, Jesus." O ar continuava frio, mas ainda sem seu abrigo, Ruth nem percebeu...

Em um minuto aoenas

Ela era uma mulher feliz como poucas, pensava. Casada com um homem por quem se apaixonara nos verdes anos de sua adolescência, vivia como uma mulher realizada.
E um filho para completar sua felicidade. O que mais poderia desejar.
Ao despertar todas as manhãs, vivia o dia cantando. Com alegria realizava todas as tarefas do lar, cuidava de seu filho, e esperava o marido.
Tudo caminhava muito bem, até um dia que descobriu que o homem que tanto amava estava lhe traindo. E não era algo recente. Este problema já existia a muito tempo. Apreensiva dirigiu-se ao marido e exigiu respeito.
Sua resposta foi de forma bruta e violenta. O homem encantador se transformou em um homem irracional e agressivo. E logo a agrediu.
Foi neste dia que ela viu que toda a segurança de seu casamento havia terminado. Era o máximo que podia suportar.
Não poderia seguir convivendo com alguém que havia chegado a agressão física. Então, numa manhã de muita tristeza, de muita angústia, decidiu e tomou uma decisão muito séria. Se mataria, terminaria com sua própria vida. Mas desejava vingança.
Por isso, tomou o filho de quatro anos em suas mãos e decidiu que o mataria também. Que o marido sofresse de arrependimento.
Seu destino era o farol da barra, próximo de onde vivia. Conhecia aquele lugar e de onde o mar golpeava com violência no despenhadeiro. Ao atravessar as ruas de imenso movimento, pois trafegavam muitos carros, seu filho escapou-lhe das mãos e correu pelo meio dos automóveis. Ela se desesperou.
Estranho, levava o filho pelas mãos para atirá-lo no despenhadeiro para que morre-se. Mas quando o viu correndo perigo, se abandonou de si mesma e correu ao seu encontro, pegando-lhe pelas mãos.
Neste momento a criança se agachou e pegou um papel que o vento ali deixou.
Ela o tira de suas mãos e um título em letras grandes chama-lhe a atenção:
"UM MINUTO APENAS" Ela leu.
"Em um minuto apenas, a tormenta passa, a dor passa, o ausente chega. O dinheiro chega, o amor parte, a vida continua."
Vai andando e lendo a página. Era uma página escrita por um sábio.
Ela terminou de ler. Seu ímpeto passou. Em um minuto apenas.
Lembre-se: Pode ser um coração atento, uma mão amiga, um pedaço de papel impresso caído na calçada. Papel esse que o vento não levou. Em um minuto apenas o amor volta. A esperança renasce. Em um minuto apenas o Sol aparece.

A Vizinha

Em uma cidade existia uma mulher que morava sozinha, e tinha como vizinhos um casal de idosos.
Então esta mulher lavava as roupas, e as colocavam em seu varal e a senhora idosa, lá de dentro da casa dela, olhava as roupas no varal, e dizia ao marido dela:
- Olha velho, como aquela vizinha é desmazelada, as roupas dela, ela lava e ficam todas sujas!!
E o velho sentado em sua cadeira de balanço, ficava quieto e não fazia comentários sobre aquilo ali.
Então a vizinha tornou a lavar as roupas e coloca-las no varal, e a velha sentada na cadeira de dentro da casa dela, comentou novamente com o velho, olha velho aquela vizinha é muito porca, ela lava as roupas e ficam todas sujas, como que pode ser assim?
E o velho sempre lendo seu jornal, preferia não comentar.
Então, um dia, o velho indignado com sua esposa, levantou-se mais cedo. A velha nem perguntou o porque.
Então a vizinha, lavou todas as roupas brancas, e deixou-as limpas, como nunca, e a velha sentada em sua cadeira fazendo tricô, e o velho lendo o jornal.
A velha comentou, olha velho, parece que a vizinha fez algum curso para aprender a lavar as roupas, ou então alguém lavou as roupas pra ela, as roupas estão branquinhas.
O velho levantou-se colocou o jornal em sua cadeira e disse para a velha:Não foi a vizinha que fez curso, e ninguém lavou as roupas dela, hoje quando levantei mais cedo, lavei as janelas daqui de casa.

A Fabula das Tres Árvores

Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas, disse: "eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada." A segunda olhou para o riacho e suspirou: "eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas." A terceira árvore olhou para o vale e disse: "eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem e DEUS."Muitos anos se passaram e certo dia vieram três lenhadores pouco ecológicos e cortaram as três árvores, todas ansiosas em serem transformadas naquilo que sonhavam. Mas lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!... Que pena! A primeira árvore acabou sendo transformada em coxo de animais, coberto de feno. A segunda árvore virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito. E todas as três se perguntaram desiludidas e tristes: "para que isso?" Mas, uma certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem colocou seu neném nascido naquele coxo de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo... A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou dormindo no barco, mas quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem levantou e disse: "Paz!" E num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos céus e da terra.Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas logo no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembraria de DEUS e de seu filho JESUS CRISTO ao olharem para ela.As árvores haviam tido sonhos... Mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado. Temos nossos sonhos, nossos planos e por vezes, não coincidem com os planos que Deus tem para nós: e, quase sempre, somos surpreendidos com sua generosidade e misericórdia.É importante compreendermos que tudo vem de Deus e crermos que podemos esperar Nele, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Jesus na Samaria

Descendo Jesus de Jerusalém para Cafarnaum, seguido de alguns discípulos, nas suas habituais jornadas a pé, alcançou a Samaria*, quando o crepúsculo já se fazia mais sombrio.( Nota: * Samaria- cidade sobre a montanha. Lugar escolhido pelo ponto de vista estratégico, econômico e urbanístico. De fato, agüentou o sítio dos assírios e só depois de três anos, foi conquistada. Daí seu nome Samaria (TORRE SEM GUARDA) Felipe, André e Tiago, estando com fome, deixaram o Mestre a repousar junto de uma pequena herdade e demandaram o lugarejo mais próximo, em busca de alimento.

O Messias, olhando em torno de si, reconheceu que se encontrava ao lado da Fonte de Jacob. Envolvida nos revérberos do Sol que ia ceder lugar às sombras da noite que se aproximava, uma mulher acercou-se do antigo poço e observou que o Mestre lhe ia ao encontro com a bela e costumeira placidez do semblante, e lhe pedia de beber. - Como sendo tu um judeu, me pedes um favor a mim, que sou samaritana?*
(Nota:* Havia uma inimizade ferrenha entre os judeus e os samaritanos naquela época. Os motivos eram vários. Religiosos, políticos e sociais. Depois da conquista da Samaria por outros povos, tornou-se até uma mistura de raças e crenças abominadas pelos judeus, que ao contrário dos samaritanos, era radicais quanto à raça e crença. Os samaritanos eram considerados à margem da sociedade (párias), sendo por isso desprezados.


Jesus descansou na interlocutora o olhar tranqüilo e redargüiu : - Os judeus e samaritanos terão por ventura, necessidades diversas entre si? Bem se vê que não conheces os dons de Deus, porquanto se houvesse guardado os mandamentos divinos, compreenderias que te posso dar água viva.*
(Nota:* _ Serão as pessoas diferentes quanto às suas necessidades? Todos não sentem fome, sede, frio, calor anseios, alegrias, tristezas, dor, felicidade, etc?
- Bem se vê que és ignorante, não conhecendo os Dons de Deus – "Amor, Bondade, Justiça, Misericórdia, etc." Não Conhecendo os Dons de Deus não guardas os Mandamentos que resumidos são: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Se guardasses os Mandamentos, compreenderias que te posso dar ÁGUA VIVA.) - Que vem a ser essa água viva? – inquiriu a samaritana impressionada. Onde a tens, se a água aqui existente é apenas a deste poço? Acaso serias maior que nosso pai Jacob que nô-la deu desde o princípio? - Mulher, a água viva é aquela que sacia toda sede: vem do amor infinito de Deus e santifica as criaturas. E envolvendo a samaritana no doce magnetismo de seu olhar, continuou: Este poço de Jacob secará um dia. No leito da terra em que agora repousam suas águas claras, a serpente poderá fazer seu ninho. Não sentes a verdade de minhas afirmativas, ante a tua sede de todos os dias? Não obstante levares cheio o cântaro, voltarás logo ao poço, com uma nova sede. Entretanto, os que beberem da água viva estarão eternamente saciados. Para esses não mais haverá a necessidade material que se renova a cada instante da vida. Perene conforto lhes refrescará os corações através dos caminhos mais acidentados, sob o sol ardente dos desertos do mundo... A mulher escutava presa de funda impressão, aquelas palavras que lhe chegavam ao santuário do espírito com a solenidade de uma revelação. - Senhor, dá-me dessa água* ! - exclamou interessada.
(Nota:* Essa água viva que sacia a sede do Espírito imortal que está acima de todas as coisas materiais e perecíveis. Com a desenvoltura espiritual, terminam todas as vãs paixões e necessidades fisiológicas, porque toda sabedoria, toda boa obra, todo bom pensamento , é alimento para o espírito e se constitui em água viva. Não podemos esquecer que Jesus falava do futuro espiritual, das moradas elevadas das coisas celestiais. Não falava das coisas e necessidades materiais urgentes da criatura encarnada, sujeita a todas as vicissitudes da vida terrena, necessidades que se renovam a cada instante. O conhecimento de todas estas coisas traz grande conforto e aplaina os caminhos mais acidentados e ardentes dos desertos do mundo. "ÁGUA VIVA É A VERDADE "- "CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ"
- Mas ouve! - disse-lhe Jesus. E o Mestre passou a esclarecê-la sobre fatos e circunstâncias íntimas de sua vida particular, explicando-lhe o que se fazia necessário para que a sagrada emoção do amor divino lhe iluminasse a alma, afastando-a de todas as circunstâncias penosas da existência material. Observando que não havia segredos para Jesus, a samaritana chorou e respondeu: - Senhor, vejo que és de fato um profeta.
Quando Jesus disse: "Vai, chama o teu marido", ela lhe respondeu: - Não tenho marido. Jesus respondeu: - Isto o dizes em verdade, porque cinco maridos já tiveste e este com quem vives não é teu marido. Com o poder de ver no tempo e no espaço, pode o Mestre saber esta questão.
Continuou a mulher : - Meu espírito está cheio de boa vontade e, desde muito, penso na melhor maneira de purificar minha vida e santificar os meus atos. Entretanto, é tal a confusão que observo em torno de mim, que não sei como adorar a Deus. Os meus familiares e vizinhos afirmam que é indispensável celebrar o culto ao todo Poderoso neste monte (Garizim). Os judeus nos combatem e asseveram que nenhuma cerimônia terá valor fora dos muros de Jerusalém. As discórdias nesta Região têm chegado ao cúmulo. Já que tenho a felicidade de ouvir as tuas palavras, ensina-me o melhor caminho. O Mestre observou-a compadecido e exclamou: - Tens razão. As divergências têm implantado a maior desunião entre os membros da grande família humana. Entretanto, o pastor vem ao redil para reunir as ovelhas que os lobos dispersaram. Em verdade, afirmo-te que virá um tempo em que não se adorará a Deus nem neste monte, nem no templo suntuoso de Jerusalém. Porque o Pai é Espírito e só em espírito deve ser adorado. Por isso venho abrir o templo dos corações sinceros para que todo culto a Deus se converta em íntima comunhão entre o homem e seu criador. - Meu desejo sincero é adorar a Deus, mas como e onde? Tantas religiões, tantas divergências e discórdias... Jesus explica que o santuário não é nos templos de pedra ou nas montanhas. A verdadeira adoração se processa no santuário do espírito e no coração. Deus é espírito e não habita um templo de pedra. É AMOR, é BONDADE, é JUSTIÇA. O verdadeiro culto a Deus é a comunhão íntima do Homem com o seu criador.
Suave silêncio se fez entre ambos. Daí a alguns instantes, acompanhados de grande número de populares, chegavam os discípulos, admirando-se todos de encontrarem o Messias em conversação íntima com uma mulher. Nenhum deles todavia aventurou qualquer observação menos digna ou imprudente. A samaritana impressionada com as suas revelações, solicitou a presença de seus familiares e vizinhos, a fim de lhe ouvirem a palavra. Tiago e André haviam trazido pão e frutas, insistindo com Jesus para que se alimentasse. O Mestre, porém, aproveitou o instante pra mais uma vez ensinar o caminho do Reino, com as palavras amigas, compondo parábolas singelas. Muita gente se aglomerava para ouvi-lo. Eram viajantes que demandavam regiões diferentes, a par de grande grupo de samaritanos de opiniões exaltadas. A enorme assembléia se pôs a caminho, mas o Messias continuou espalhando as suas promessas de esperança e consolação. Nesse ínterim, Felipe consultou os companheiros e, aproximando-se de Jesus, rogou-lhe carinhosamente: - Mestre, por favor, aceitai um pouco de pão. - Não de preocupes, Felipe – disse o Messias. – Não tenho fome. Aliás, recebo um alimento que talvez meus próprios discípulos ainda não puderam conhecer. - Qual? – atalhou o apóstolo com interesse. - Antes de tudo, meu alimento é fazer a vontade daquele Pai misericordioso e justo que a este mundo me enviou, a fim de ensinar o seu amor e a sua verdade. Meu sustento é realizar sua obra. - É verdade – observou o discípulo, olhando a multidão que os acompanhava. Levaremos para Cafarnaum mais este triunfo, porque é incontestável que obtiveste aqui entre os samaritanos um dos nossos maiores êxitos. Tiago e André ouviam silenciosos o diálogo. Às palavras entusiásticas do apóstolo, o Mestre sorriu e acrescentou: - Não é isso propriamente o que me interessa. O êxito mundano pode ser uma ondulação de superfície. O que necessitamos em todas as situações é atender o que o Pai deseja de nós. Como todo o seu apelo é o do bem, eu trabalho, mas sem me prender ao anseio das vitórias imediatas. Acaso já poderíamos admitir que somos compreendidos? Calemo-nos por alguns instantes a fim de ouvirmos a opinião dos que nos seguem os passos. Fez-se silêncio entre ele e os três discípulos, de modo que podiam ouvir distintamente os diálogos travados entre os que os acompanhavam. - Este nazareno é um explorador da piedade popular – dizia um samaritano. - É certo – concordava o outro – porque em sua terra, não chega a valer um denário. Pelos parentes é tido como inimigo do trabalho. - É um louco de boa aparência – dizia uma mulher idosa para a filha. - Para mim é grande velhaco – dizia um rapaz – porque se meteu com pescadores quando alega ser tão sábio? Por que não se transfere para Jerusalém ou Tiberíades? Bem sabe a razão disso. Lá encontraria homens cultos, que lhe confundiriam a presunção. - E não tem caridade – acrescentou outro – pois ainda há pouco tempo, quando o procuraram em Cafaraum para um sinal do Céu, fugiu para o monte, sob o protesto de fazer orações. A noite começava a cair de todo. No alto brilhavam as primeiras estrelas. Jesus sentou-se com os discípulos, à margem do caminho, para um momento de repouso. André , Tiago e Felipe estavam espantados com o que tinham visto e ouvido. Aparentemente o Mestre aureolado de imenso êxito; entretanto, verificaram a profunda incompreensão do povo. Foi então que Jesus, com a serenidade de todos os instantes os esclareceu cheio de sua bondade imperturbável: Não vos admireis da lição deste dia. Quando veio o Batista, procurou o deserto, nutrindo-se de mel selvagem. Os homens alegaram que em sua companhia estava o espírito de Satanás. A mim, pelo motivo de participar das alegrias do Evangelho, chama-me glutão e beberrão. Esta é a imagem do campo onde temos que operar. Por toda parte encontraremos samaritanos discutidores, atentos aos êxitos e referências do mundo. Observai a estrada para não cairdes, porque o discípulo do Evangelho não se pode preocupar senão com a vontade de Deus, com o seu trabalho sob as vistas do Pai e com a aprovação de sua CONSCIÊNCIA.